Estou de férias com a minha família. Primeiro, nós fomos para Salzburg. Como estamos de carro, fizemos uma parada aí. Havia muita gente, especialmente alemães. Nenhum milagre, já que Salzburg encontra-se na fronteira com a Alemanha. Diferente de Viena, essa sim entregue as baratas, já que os norte-americanos e chineses não podem vir.
Seguimos viagem para Suíça, o lado italiano, onde a família do maridão tem uma casa no Lago Maggiore. Pensamos muito nessa viagem. Não estávamos certos se deveríamos ou não atravessar a fronteira. Mas, a Suíça tem o mesmo quadro epidemiológico que a Áustria. Além do mais, ficamos só com a família.
Mesmo assim, o número de casos aumenta a cada. Antes de escrever este texto, eu estava escutando o noticiário local. Já são mais de 200 casos, em menos de 24 horas. O governo austríaco acredita que sejam dos que voltam, especialmente da Croácia e da Espanha, especialmente dos balneários. De qualquer forma, o outono não será fácil. Um segundo lockdown pode vir.
No mais, eu dou uma olhada na política brasileira. Eu fico profundamente deprimida! A histórias da garota estuprada aos dez anos é terrivel! Minha filha tem nove anos. A cumplicidade da sociedade brasileira com o abuso sexual é assustador.
Por vergonha, por preservar a “moral” e “bons costumes”, ninguém comenta o assunto. Mesmo com a garota passando todo esse sofrimento, a ala ideológica do governo divulgou o hospital onde ela fez o aborto. E um bando foi lá, para impedir. Como assim?
A questão do aborto no Brasil deve ser abordada de forma séria e coerente. Não como uma rinha de galos, aliás o que se transformou de praxe na nossa política.
Confesso que estou triste. O que vem no horizonte é feio. Está fazendo um calor grande aqui, hora de curtir do bom tempo e a pouca liberdade que temos, enquanto podemos.

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